quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Viva o rei, vivam os reis!

Viva as chatíssimas aulas de caligrafia, que servem para adestrar o dedão, essencial para atividades humanas”
 
Embora exista, não é a interjeição “viva!” que aparece no fragmento acima. “Viva!”, como interjeição, faz-se seguir de ponto de exclamação em construções do tipo “Viva! Ganhei na loteria!”. 
 
No trecho selecionado, está empregada a forma de subjuntivo do verbo “viver” numa oração optativa (tipo de oração cujo verbo exprime desejo). Dessa forma, expressa-se o desejo de que algo viva ou continue vivo. É como se disséssemos “Desejo que vivam as chatíssimas aulas de caligrafia!”. 
 
É esse tipo de oração que aparece em frases como “Macacos me mordam”, “Valha-me Deus” ou “A terra lhes seja leve” (M. de Assis). 
No caso do verbo “viver”, que é intransitivo, aquilo ou aquele que vive é o seu sujeito.
 
Entre o verbo e seu sujeito, ocorre a relação de concordância. É por esse motivo que dizemos, por exemplo, “Viva o rei!” e “Vivam os reis!”, construções em que “rei” e “reis” exercem a função de sujeito do verbo “viver”. Assim, a frase do fragmento acima requer correção. Veja abaixo:
 
"Vivam as chatíssimas aulas de caligrafia, que servem para adestrar o dedão, essencial para atividades humanas"

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