Golfinho-de-dentes-rugosos (Steno bredanensis), espécie de águas profundas, encontrado no norte de ilha Comprida, litoral sul de São Paulo; animal foi removido já morto por biólogos do Projeto Boto-Cinza para análises.
No texto escrito, é importante observar a ordem dos termos na frase. Se
na linguagem falada a entonação cria a ênfase necessária ao
entendimento, na linguagem escrita a situação é diferente. É preciso
empregar os recursos de ênfase e clareza próprios da escrita.
No texto , uma legenda de foto, a construção “animal foi removido já
morto por biólogos” convida à dupla interpretação. Por mais que o
leitor deduza que o animal não foi morto pelos biólogos, o texto permite
essa leitura, portanto é defeituoso.
O que produz esse defeito é o fato de a expressão “por biólogos” vir
depois de duas formas verbais, podendo estar ligada a qualquer uma delas
(“removido por biólogos” ou “morto por biólogos”). A solução para o
problema está na mudança de posição ou da expressão “por biólogos” ou de
uma das formas verbais.
Se optássemos por aproximar “por biólogos” de “removido”, teríamos o seguinte:
“animal foi removido por biólogos do Projeto Boto-Cinza já morto para análises”
ou algo parecido:
“animal foi removido para análises por biólogos do Projeto Boto-Cinza já morto”
O problema dessas duas construções é que ambas deixam o complemento
mais curto (“já morto”) depois de um elemento muito longo (“removido
para análises por biólogos do Projeto Boto-Cinza”), o que não favorece a
clareza.
O melhor, portanto, seria antecipar a forma verbal “morto”, e modo que
ficasse distante do agente da passiva (“por biólogos”). Assim:
Golfinho-de-dentes-rugosos (Steno bredanensis), espécie que vive em águas profundas, encontrado no norte de Ilha Comprida, litoral sul de São Paulo; já morto, animal foi removido por biólogos do Projeto Boto-Cinza para análises
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